A Polícia Federal cumpriu, na última quarta-feira (20), cinco mandados de busca e apreensão na cidade de Itaipava do Grajaú, no Maranhão. A ação faz parte da Operação Clientelismo, deflagrada com autorização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA). A investigação apura um esquema de transferência irregular de domicílios eleitorais e compra de votos envolvendo candidatos às eleições de 2024 e uma servidora ligada à Justiça Eleitoral local.
Segundo a investigação, o grupo aliciava eleitores residentes em áreas rurais de Jenipapo dos Vieiras e Grajaú, com foco em comunidades indígenas como as Aldeias São Pedro dos Cacetes (Jenipapo dos Vieiras) e Coquinho 2 (Grajaú), além de eleitores do Povoado Alto do Coco (Grajaú).
Entenda o esquema
Os eleitores eram convencidos a transferir seus domicílios eleitorais para Itaipava do Grajaú em troca de promessas como cestas básicas, materiais de construção, gado, construção de estradas e instalação de energia elétrica. Uma vez transferidos, os eleitores eram direcionados a votar em candidatos ligados ao esquema.
As transferências de domicílio eleitoral eram feitas de forma irregular, bastando apenas a apresentação de um documento de identidade, sem comprovação de residência ou declaração de endereço.
A Operação Clientelismo está relacionada a uma ação anterior da Polícia Federal ocorrida na Terra Indígena Urucu-Juruá, no dia das eleições deste ano, em 6 de outubro de 2024. Naquela data, uma operação conjunta entre Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Exército desobstruiu a via de acesso à Aldeia Urucu, onde estavam localizadas seções eleitorais.
O bloqueio da estrada foi organizado por indígenas locais que buscavam chamar a atenção das autoridades para as transferências eleitorais fraudulentas. Segundo lideranças indígenas, muitos dos eleitores transferidos de maneira irregular votariam na seção da Aldeia Juruá, o que motivou o protesto para impedir o acesso desses eleitores ao local de votação.
As investigações continuam para identificar todos os envolvidos e apurar a extensão do esquema, que compromete não apenas a integridade das eleições locais, mas também o direito legítimo de escolha das comunidades afetadas. A Polícia Federal reafirmou seu compromisso com a proteção do processo eleitoral e a punição de atos que violem a democracia.
Fonte: PRF, com edição.
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